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Menopausa e alopecia. Que relação existe entre ambas?

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Menopausa e alopecia. Que relação existe entre ambas?
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As alterações hormonais geradas pela menopausa podem afetar diretamente os cabelos. É uma das principais causas da alopecia nas mulheres.




Embora nos possa deixar preocupadas, perder entre cinquenta a duzentos cabelos por dia é perfeitamente normal. Também é muito habitual que, de vez em quando, esta queda de cabelo aumente. “90% das mulheres padece algum problema de queda de cabelo ao longo da sua vida”, afirmou o Dr. Eduardo López Bran, dermatologista espanhol, chefe de serviço no  Hospital Clínico San Carlos e diretor da Clínica IMEMA.

A queda pode tornar-se excessiva por diferentes motivos. Os mais comuns, na menopausa ou em qualquer outro momento da vida, são:  dar à luz, padecer de uma anemia ferropénica, viver um episódio de muita tristeza ou stress ou, desde há pouco, ter contraído COVID-19. Além disso, algumas doenças endócrino-metabólicas, como alteração da tiroide, fazer uma dieta de emagrecimento excessivamente restritiva ou tomar algum medicamento, podem fazer que o aludido valor de 200 cabelos aumente.

“Este eflúvio telógeno (ou queda anormal) pode ocorrer muitas vezes ao longo da vida, inclusive várias vezes ao longo de um mesmo ano”, assinala Rocío Escalante, farmacêutica e especialista em dermo-cosmética.

Na mudança hormonal associada à menopausa pode haver uma perda maior de cabelo, mas sem que seja algo que nos deva preocupar ou que não tenha remédio. E quando é que nos devemos alarmar? Fácil: se reparar que deixa muitos cabelos na almofada, no pente ou no duche e que esta queda dura mais de três meses. Mas não nota nenhuma zona concreta mais despovoada senão que é uma queda geral por toda a cabeça, esteja tranquila. Não é nada que não tenha solução. Consulte um dermatologista para que lhe receite um complexo nutricional com polifenóis, zinco, vitamina D, cálcio, vitaminas B, biotina e/ou vitamina A.

O que está na sua mão

O importante é saber que tipo de queda tem remédio. Ficar preocupada só fará aumentar o problema e o cabelo volta a crescer. Entretanto, coma bem e de forma variada, descanse corretamente e vigie que não tem o couro cabeludo sensível ou demasiadamente gordo: ambos são fatores que contribuem para a queda de cabelo e são frequentes na menopausa.

Ora bem, entendido o que é o eflúvio telógeno e por que razão acontece (na ou fora da menopausa), pode ser que note que o cabelo está a cair e só numa zona concreta. “Quando a queda é massiva e localizada numa zona que fica despovoada denomina-se alopecia e é uma questão que está para além da estética”, informa o Dr. López Bran. O diagnóstico precoce é vital.

Como é a alopecia associada à menopausa?

A chamada alopecia androgénica ou androgenética e, embora seja uma calvície comum, não é como nos homens. “Afeta inicialmente a zona limite do cabelo e, posteriormente, a zona superior, ainda que em muitos casos se conserve a linha de implantação frontal (as entradas)”, explica o dermatologista do Hospital Clinico.  

“Quando a alopecia se dá aos 50-55 anos chama-se FAGA pós-menopausa, obedece a uma predisposição genética e a fatores hormonais e pode ser agravada (quando já está a acontecer) ou desencadeada (quando está latente) por fatores como o stress e a ansiedade”, assinala López Bran, que esclarece que os primeiros sintomas costumam mostrar uma perda da densidade capilar na zona frontoparietal, com um alargamento do limite.

Esta alopecia pode ser experimentada em vários momentos chave – a nível hormonal – da vida: “pode começar a ocorrer a partir dos 8 anos, coincidindo com o início da produção hormonal suprarrenal, seguido de um pico que se observará na adolescência, entre os 15 e os 25 anos, e outro na menopausa, entre os 50 e 55 anos”, destaca a Dra. Raquel Amaro, dermatologista da clínica MC360, corporação de cirurgia capilar especializada em transplantes capilares.

A explicação é que, numa etapa em que acontecem alterações da componente hormonal, como é a menopausa, pode dar-se um aumento das hormonas sexuais masculinas chamadas andrógenos. Neste casos, o folículo piloso – que é onde se aloja cada cabelo – pode ver-se afetado, reduzindo o seu tamanho e dificultando a produção de cabelo novo.

A antecipação é chave

As más notícias são que, quando esta alopecia se desenvolve completamente, o cabelo que se perdeu não se recupera e o transplante ou microenxerto é a única solução definitiva. As boas notícias são que, se detetado a tempo, é corrigível e que hoje em dia os equipamentos tecnológicos e os profissionais médicos estão cada vez mais bem preparados.

Procure alternativas, nada está perdido

Além disso, existem alternativas que atenuam esta queda (que também funcionam quando se trata do eflúvio telógeno). “Recomendo tratamentos de plasma rico em plaquetas obtido do seu próprio sangue e injetado no couro cabeludo (PRP), combinação de fármacos antiandrógenos, monixodil tópico ou oral para aumentar a espessura do cabelo, microinjeções de dutasterida, análogos de prostaglandinas, microneedling ou laser de baixa potencia”, conclui a Dra. Amaro.

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