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Enfrentar a maternidade

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Sente-se a mulher mais feliz do mundo e de repente vai-se a baixo? O início da maternidade costuma trazer consigo uma roda-viva de emoções positivas e negativas que é preciso saber controlar para desfrutar desta nova experiência. Tome nota.




O início da maternidade é uma etapa de felicidade e grandes expetativas que, sem dúvida, está associada a emoções que muitas vezes fazem com que a mulher se sinta transbordada. Enfrentar esta nova situação vital implica muitas vezes inseguranças, medos e desconhecimento.

Com tantas mudanças, a maternidade é acompanhada pela alteração das nossas rotinas, dos nossos costumes, o tempo pessoal e de ócio são modificados… E surgem novas exigências que nos obrigam a estar mais alerta e a aprender novos papéis: saber como cuidar do bebé, intuir o que lhe vai acontecer, porque está a chorar…

A relação do casal também se pode ressentir uma vez que quase tudo se centra nos cuidados com o bebé. Se a tudo isto juntamos o cansaço e falta de sono, a combinação que se produz pode levar a mulher a estados de tristeza e ansiedade. Por isso é frequente que, depois do parto, as emoções positivas e as negativas se misturem.

É preciso saber enfrentar estas emoções para desfrutar ao máximo desta nova experiência, e conseguir cuidar e acarinhar o nosso bebé, bem como o nosso companheiro, isto sem nos esquecermos de nós mesmas.

Ansiedade

A ansiedade é um aumento do seu nível de ativação. Porque surge durante a maternidade? Porque sentimos o peso da responsabilidade. De um dia para o outro temos um filho a nosso cargo, um ser recém-nascido e indefeso que ainda para mais não nos pode dizer porque está a chorar.

Em determinados momentos, esta ansiedade pode ser avassaladora para a mãe e converter-se num problema que terá que ser encarado de frente. Esteja muito atenta para assegurar-se de que não está a cair numa situação de hipervigilância do bebé.

  • Tem pensamentos incessantes constantemente. Dá voltas de forma obsessiva a qualquer questão sem chegar a nenhuma conclusão.
  • Tenta verificar a toda a hora se está a fazer tudo bem. Consulta fóruns e opiniões de outras mães perante qualquer alteração do seu mais pequeno.

Quando a ansiedade se torna incontrolável, pode ter o efeito contrário: em vez de nos manter ativas e alerta para enfrentar os problemas, atua como um “sabotador” que não nos permite pensar com clareza e nos leva a tomar decisões erróneas ou a um excesso de controlo que acaba por nos esgotar e superar.

Tristeza

Todas as mães sentem tristeza ou melancolia em dado momento. Ainda que muitas vezes não seja bem visto falar sobre esta situação, tenha em mente que a maternidade não é um anúncio de televisão. Ganhamos muito com ela mas também perdemos rotinas, seguranças, o controlo dos nossos horários e a nossa capacidade para decidir o que queremos fazer em todos os momentos. Agora o mais importante de tudo é o bebé.

Isto faz com que se alternem o peso da responsabilidade para com os outros com melancolia e tristeza. Senti-lo não significa que sejamos más mães ou que não estejamos a viver como se “supõe” que devemos viver.

Não tenha medo de se queixar ou de expressar as suas várias emoções. Estas fazem parte deste momento único e especial da sua vida. Todas as mulheres sentiram-se inseguras ou nervosas antes da chegada e um filho, e estas sensações indicam-nos que estamos no caminho e que não queremos ser a melhor mãe do mundo mas sim uma boa mãe para os nossos pequenotes. Vai ser uma excelente mãe. Siga em frente!

Conselhos para lidar com estas emoções negativas:

  • Assegure-se que arranja tempo para dormir e descansar enquanto o seu bebé está a dormir.
  • Imponha limites às visitas: precisa de tempo para si e para a sua família. Não vai acontecer nada de errado se disser que não e adiar um pouco a visita para uma altura em que se sinta mais descansada.
  • Reserve tempo para a sua cara metade, falem sobre como se sentem, quais são os vossos medos, inseguranças, e inclusivamente para pedirem desculpas por algum momento em que, devido ao cansaço, não tenham comunicado da melhor forma.
  • Pedir ajuda não é mau ou errado. Não existem “super-mães”, não tem que saber tudo. Fale com amigas, familiares ou profissionais sobre as dúvidas que possa ter. Isto não significa que é má mãe, vai sentir-se mais compreendida e apoiada.
  • Veja-se ao espelho, dedique um tempo só para si: mude de roupa durante o dia, saia e passeie com o bebé… Assim vai obrigar-se a arranjar-se melhor, sair e falar com outras pessoas.
  • Desfrute do bebé, não se limite a cuidar dele. Às vezes esquecemo-nos do prazer que sentimos em tê-lo connosco devido ao peso da responsabilidade ou medo de não saber cuidar dele. Desfrute do contacto com o seu bebé, abrace-o, sinta-o, beije-o…

Se vê que não consegue gerir as suas emoções e que as mesmas a superam, se se sente triste ou ansiosa constantemente, atenção: pode ter uma depressão pós-parto. Estima-se que 13% das mãe portuguesas possam sofrer da doença no primeiro trimestre a seguir ao nascimento do filho. Se tiver alguma dúvida, não deixe de consultar um profissional.

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Foto: istock.com / billyfoto

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