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Damos-lhe a conhecer a cirurgia com fitas transobturadoras

Incontinência


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Há uma percentagem de mulheres com perdas involuntárias de urina associados ao esforço que não melhoram com o fortalecimento da musculatura do pavimento pélvico. Outras mulheres sofreram danos no suporte da fascia e a solução é recorrer a uma cirurgia de restituição do sling que mantenha a uretra no ângulo adequado para garantir a continência.




Nestes casos, juntamente com um enfraquecimento dos músculos da região pubiana que suportam a vagina, pode ocorrer uma rotura ou distensão dos chamados ligamentos pubouretrais que, tal como o nome indica, sustentam a uretra na sua posição central na parte inferior da púbis assim garantindo o fecho adequado da uretra.

As chamadas “cintas suburetrais livres de tensão” são malhas de polipropileno que são colocadas via vaginal e constituem a técnica cirúrgica de eleição, pouco invasiva, para melhorar significativamente e até curar a incontinência urinária de esforço.

Em que consiste a cirurgia com fita transobturadora ou TOT?

Trata-se de uma cirurgia de curta duração (entre 15 a 20 minutos), realizada na posição ginecológica, na mesa do cirurgião. Após uma pequena incisão de 1 a 2 cm da uretra, abre-se um túnel para procurar o osso entre a púbis e os isquiotibiais, onde existe um orifício com um músculo: o obturador. É aí que passamos a fita com agulhas helicoidais de forma a que a fita fique colocada tipo rede sem tensão por debaixo da secção central da uretra. O objetivo é sustentar a uretra, mas permitir que esvaziemos a bexiga sem termos dificuldades ao urinar.

No primeiro mês após a cirurgia a fita irá retrair-se e integrar-se até ficar incorporada como suporte da uretra.

De que material são feitas as fitas?

O polipropileno de monofilamento é um material firme mas, ao mesmo tempo, suave que proporciona o suporte necessário. Além disso, é uma malha macroporosa, pelo que o tamanho dos buracos da sua estrutura permite uma adequada integração no tecido corporal reduzindo assim o risco de infeção.

A cirurgia com fitas é indicada para quais casos?

Depende de que modo a qualidade de vida da mulher está afetada. Por outras palavras, uma mulher que pratique desporto (corrida, pádel…) e apenas tenha perdas de urina com o impacto do trote ou salto do cavalo, mas não sofre perdas no seu quotidiano, pode precisar da cirurgia com fitas porque este problema afeta a sua atividade física. Isto sugere que nem sempre é a frequência ou a quantidade dos escapes que determinam a indicação cirúrgica. Porém, a gravidade é um fator determinante. As mulheres que sofrem de incontinência urinária quando realizam pequenos esforços e são obrigadas a trocar de protetor várias vezes ao dia são submetidas à cirurgia com mais frequência porque o dano anatómico é maior e os resultados com fisioterapia menores.

É uma operação complexa? Quais são os requisitos necessários?

É uma cirurgia que se pode realizar em ambulatório. Contudo, para garantir o melhor resultado possível, a mulher não pode carregar pesos ou realizar qualquer atividade física durante um período mínimo de 3 a 4 semanas.

O principal objetivo é conseguir a melhor continência urinária mas sem gerar obstrução, ou seja, um fecho excessivo da uretra que poderia causar dificuldades ao urinar e/ou infeções urinárias. Caso isso ocorresse, seria necessário cortar a fita.

Além disso, em mulheres com atrofia vaginal, como estão na menopausa, recomenda-se a utilização de estrogénios locais para prevenir uma possível erosão do polipropileno que entraria pela mucosa vaginal e teria de ser tratado e suturado novamente, caso provocasse dores ou sangramento durante as relações sexuais.

Em suma, as vantagens da fita transobturadora são inegáveis, mas é necessário avaliar bem os eventuais riscos e consultar um especialista em pavimento pélvico.

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