O que é a adição ao açúcar?
A adição ao açúcar define-se como o consumo recorrente e crescente de substâncias açucaradas, apesar de se conhecerem (ou não) as suas consequências negativas. A qualidade aditiva é atribuída à influência do açúcar no sistema de recompensa do cérebro, ou seja, na produção de neurotransmissores como a dopamina, que provocam sensações de prazer e reforço. Embora seja normal querer satisfazer um desejo ocasional, os anseios por açúcar durante a menopausa podem tornar-se irresistíveis e levar ao consumo excessivo de alimentos pouco saudáveis.
É muito comum a adição ao açúcar?
A adição ao açúcar é extremamente comum, uma vez que a ingestão diária nos países desenvolvidos ronda, em média, as 270 calorias, ou cerca de 17 colheres de chá, segundo alguns estudos. Como referência, recomenda-se que uma dieta padrão de 2.000 calorias limite o consumo de açúcar a 12 colheres de chá.
Onde se encontra o açúcar?
Neste ponto, poderá estar convencida: «Quem é que consome 17 colheres de chá de açúcar?» Na verdade, qualquer pessoa, pois o açúcar que menos conta é aquele que adiciona ao café. Encontrará grandes quantidades de açúcar em alimentos que nunca imaginaria, particularmente nos processados e ultraprocessados: pizas, bolachas, snackssalgados, papas para bebé, cereais, bebidas energéticas, cremes de legumes, polpa de tomate, pão de forma, sumos, enchidos, maioneses… Para ter uma ideia, um sumo de laranja de supermercado pode equivaler a oito cubos de açúcar.
Quais são os sintomas da adição ao açúcar?
Os sintomas e os sinais mais comuns da adição ao açúcar incluem desejos contínuos e irresistíveis por doces, desejos por alimentos salgados, perda de controlo sobre o consumo de açúcar, necessidade de aumentar progressivamente a dose para obter o mesmo nível de satisfação, ocultação do hábito, consumo para aliviar emoções, desenvolvimento de síndromes de abstinência como depressão e ansiedade…
Quais são as causas da adição ao açúcar?
As causas da adição ao açúcar podem ser muito variadas, desde predisposições genéticas relacionadas com o sistema de recompensa cerebral até fatores emocionais e psicológicos. A partir dos 50 anos, é comum que ocorram flutuações hormonais significativas, tornando-se uma das principais razões para os desejos de açúcar. Com a diminuição dos níveis de estrogénio, aumenta a fome, enquanto os níveis de grelina — hormona associada à alimentação impulsionada pela recompensa — também se elevam, o que, em termos simples, significa que se torna mais difícil resistir aos alimentos açucarados.
Como prevenir os desejos por açúcar?
Lidar com os desejos por açúcar exige uma abordagem multidisciplinar que aborde tanto os componentes físicos como os psicológicos do apetite por alimentos e bebidas açucaradas. O primeiro passo é priorizar uma alimentação equilibrada que inclua hidratos de carbono complexos, alimentos ricos em fibra e uma ingestão adequada de proteínas, com o intuito de equilibrar os níveis de açúcar no sangue e reduzir os desejos. Um regime de sono regular também é essencial, bem como a prática de exercício físico. Ah, e não se esqueça de verificar sempre os rótulos dos produtos que compra no supermercado para saber o valor do teor de açúcar.
Como tratar a adição ao açúcar?
Se verificar que, por si só, tem dificuldades em controlar e trabalhar uma possível adição ao açúcar, existem tratamentos especializados que a poderão ajudar. Terapias como a cognitivo-comportamental para identificar e modificar os pensamentos e comportamentos relacionados com a adição ao açúcar, aconselhamento nutricional por profissionais, grupos de apoio, medicação sob supervisão médica, entre outros.
Quais são os efeitos do açúcar nas mulheres após a menopausa?
As hormonas estrogénio e progesterona influenciam a forma como as células reagem à insulina. Após a menopausa, as alterações nos níveis hormonais podem provocar flutuações no nível de açúcar no sangue. É possível que note que o seu nível de açúcar no sangue se altera mais do que antes e que oscila com frequência. Se os níveis de açúcar no sangue se descontrolarem, o risco de desenvolver complicações relacionadas com a diabetes aumenta significativamente.