Melatonina: mitos e verdades
Menopausa
Há alguns anos, a melatonina surgiu como o “medicamento” milagroso para tratar a insónia e regular o sono, mas será realmente assim tão eficaz?
De tempos a tempos aparecem no mercado novos produtos que se consideram “milagrosos” para curar determinados distúrbios. Foi o que aconteceu com as bagas de goji, que passaram de ser solução para todos os males a um produto questionado pelos seus efeitos a longo prazo.
O mesmo aconteceu com a melatonina: a euforia com que os meios de comunicação, distribuidores e comerciantes a descreveram fez com que em muitos casos a informação que recebemos seja tendenciosa, ou pelo menos incompleta.
Uma hormona
Atualmente, a melatonina é comercializada na Europa como um medicamento contra a insónia primária, que se caracteriza por um sono de má qualidade em pacientes com mais de 55 anos. Também podemos encontrá-la como suplemento dietético.
Na verdade, a melatonina é uma hormona segregada por uma glândula do nosso cérebro. A sua produção é estimulada pela escuridão e inibida pela presença de luz, sendo por isso a hormona de regulação do sono, estabelecendo o ritmo dia-noite.
A melatonina tem uma ação soporífera/hipnótica que combate a insónia e faz com que nos sintamos sonolentas, ou seja, prepara o corpo para dormir. Por ser uma hormona, exerce funções em diversos órgãos e tecidos, e a sua administração pode produzir efeitos adversos. Na verdade, não há consenso na comunidade científica no que respeita à dose mais adequada ou quanto ao tipo de paciente para o qual é indicada.
A Academia Americana de Medicina do Sono recomenda a sua utilização para promover o sono diurno em trabalhadores de turnos da noite e para aliviar os efeitos típicos do jet lag.
Mudança de hábitos
Se tem problemas de insónia, recomendamos-lhe que primeiro consulte o seu médico, que tentará encontrar a origem do seu problema e lhe indicará o tratamento mais adequado ao seu caso.
E se tem dificuldades em adormecer, tente modificar os seus hábitos uma vez que, em muitos casos, são os causadores dos transtornos do sono.