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Existe o instinto maternal?

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O instinto maternal é algo inato em todas as mulheres? Pode ser adquirido? E se temos um bebé e não sentimos propriamente uma alegria desmesurada? Lançamos luz sobre um dos mitos relacionados com as mulheres mais arreigado no imaginário coletivo.




Por natureza, todas as mulheres estão preparadas para se reproduzirem, mas a maternidade tem que ser uma decisão pessoal, longe de toda e qualquer imposição ou pressão social e livre de crenças erradas que procuram salientar a obrigação de sermos mães só pelo simples facto de sermos mulheres.

Portanto, o instinto de ter um bebé é inerente a todas as mulheres? Não, a maternidade é um desejo que tomará formas diferentes dependendo de cada mulher e, por vezes, pode até nunca acontecer. E ninguém se deve culpabilizar por isso.

O instinto maternal é um vínculo afetivo muito particular, diferente de mulher para mulher, e que é estabelecido entre ela e a criança depois da conceção. É um impulso que leva a mulher a agir em benefício do seu bebé sem qualquer hesitação, a protegê-lo sempre e até a sacrificar-se por ele. O nosso cérebro e os mecanismos hormonais desencadeados pela gravidez têm muito a ver com isto.

O desejo de ter filhos manifesta-se de muitas formas. Mas pode que nunca surja e não nos devemos sentir culpadas por isso.

Para algumas mulheres que ainda não foram mães, a chegada do seu bebé provoca-lhes muita angústia e medo, uma imagem afastada da que se “supõe que ela tem de estar a viver”. Isto fá-la pensar. Serei uma boa mãe? Serei capaz de cuidar das necessidades do bebé e tratar dele adequadamente? Outras podem inclusive viver a experiência da indiferença, sem aquela explosão de sentimentos amorosos que se espera que ela tenha.

As circunstâncias têm muito a ver com isto: o cansaço depois do parto, a falta de vontade de intimidade com o companheiro ou a idealização do momento causam inseguranças que levam a mãe pensar que não tem instinto maternal.

Calma! A maternidade é uma experiência que se vai construindo dia a dia. Não chega de repente num mar de emoções positivas. Cada mulher vive esta experiência de uma forma diferente, pelo que se não sente que é o dia mais maravilhoso da sua vida, não se sinta culpada. Os vínculos afetivos com o bebé  vão-se criando pouco a pouco, com o contacto com ele e com os cuidados e atenção que lhe vamos proporcionando.

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