Pelo menos isto mesmo é afirmado num amplo estudo internacional sobre a menopausa levado a cabo pela Essity. Neste estudo, participaram mais de 16000 mulheres de onze países. Entretanto, os dados recolhidos neste inquérito foram motivo de reflexão por um grupo de especialistas que, com os seus conselhos, querem derrubar estes medos na partilha de informação que ainda existem e, dessa forma, todas as mulheres poderem viver de forma mais livre este momento da saúde feminina.
Refletir sobre o tema e recolher o sentir geral das mulheres é um ponto de partida para neutralizar esses medos que ainda persistem. Além disso, a informação disponível nos meios de comunicação e nas redes sociais não parece suficiente. De facto, 60% das mulheres que estão na menopausa ou pós-menopausa é constantemente surpreendida com os efeitos do seu próprio corpo e 67% reconhece que não encontrou nenhuma campanha que ponha o foco nos sintomas que sente.
Por isso, embora as estimativas apontem para que em 2025 haja um bilhão de mulheres a passar pela menopausa, esta etapa vital é ainda desconhecida. A liberdade de falar deste assunto continua a ser muito limitada, assim como o apoio emocional que as mulheres recebem durante este período. Há mitos muito enraizados.
Que mitos rodeiam a menopausa?
Muitos. Os mais típicos? Que o seu interesse como mulher começa a diminuir em comparação com as mais jovens, que surgem problemas no casal pela perda da líbido e por outras mudanças na funcionalidade sexual, que engorda muito, que está (quase) sempre de mau humor… Logicamente, se leva uma vida inteira a ouvir estes mitos, não é de admirar que, chegado o momento, não lhe apeteça nada falar disto.
Oficialmente, não está sozinha. Mais de metade das mulheres evita partilhar a sua experiência com os seus parceiros, familiares ou amigos. O estudo da Essity reflete isto mesmo. Entre as principais razões para que isto aconteça, os inquéritos assinalam o seguinte: evitar que pareça algo ainda pior do que é (34%), ser vista como uma pessoa mais velha (26%) ou sentir vergonha (24%).
Derrubemos, pois, os principais mitos e vamos lá viver!
1. MITO NÚMERO 1: não está doente, pelo contrário: está mais viva que nunca!
Maria Fasero, doutorada em ginecologia e obstetrícia, sexóloga e membro da Associação Espanhola para a Menopausa (AEEM), defende isto mesmo: “a menopausa não é uma patologia. Felizmente, as mulheres querem estar mais informadas e, hoje, ocultamos menos o que nos passa para entender o que nos está a acontecer e garantir o nosso bem-estar”.
2. MITO NÚMERO 2: a menopausa não faz de si mais velha nem é uma curva descendente.
Anna Freixas, escritora e professora jubilada de Psicologia na Universidade de Córdova, em relação à forma como as mulheres se podem empoderar durante este período, salienta: “a ideia da menopausa associada à velhice é uma estratégia para nos deprimir. A velhice, na nossa sociedade, implica exclusão social, laboral e afetivo sexual. Por este motivo, o sentido de humor é fundamental, assim como também aprender a envelhecer e pensar que somos felizmente mais maduras, empoderadas, para pegar no leque e regular o calor gerado por um afrontamento”.
3. MITO NÚMERO 3: na menopausa não é sinónimo de engordar.
Marta Marcè (@marta_marce), naturopata, nutricionista e comunicadora salienta a importância da alimentação nesta etapa da vida: “a nós mulheres, meteram-nos na cabeça que a nutrição é sinónimo de dieta. Muito pelo contrário, a alimentação é a fonte do nosso bem-estar, é onde obtemos os nutrientes que precisamos pelo que tem de ser algo prazenteiro e que nos ofereça saúde”.