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A síndrome do ninho vazio

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Quando os filhos se tornam independentes e saem de casa, é normal que nos sintamos tristes ou sem saber exatamente como reagir. Precisamos de tempo para nos adaptarmos. Se está nesta situação, damos-lhe as chaves para dar a volta.




Os filhos ocupam grande parte do nosso tempo e dos nossos pensamentos. Durante muitos anos é em torno deles que programamos o nosso dia a dia. Damos-lhes atenção, cuidamos deles, estamos constantemente atentos às suas necesidades, partilhamos casa com eles, fazem-nos companhia, falamos com eles, divertimo-nos… Quando os nosso filhos já são adultos este tempo que passamos juntos reduz-se e o nosso papel de mãe torna-se menos ativo, mas sabemos que virão comer ou dormir a casa, e que os veremos diariamente. E quase sem nos darmos conta, um dia vão-se embora.

O seu papel de mãe não acabou, só está diferente. Agora é o momento certo para potenciar-se a si mesma

Nesse momento podemos sentir que perdemos parte de nós mesmas, parte da nossa missão ou dos nossos objetivos vitais, entre os que estavam “fazer com que tenham sucesso na vida”, “cuidar deles” ou “estar disponível para as suas coisas”. A casa fica mais silenciosa, sabemos que podem passar vários dias sem os vermos, chegamos inclusivamente a pensar que somos menos importantes para eles e sentir-nos tristes e desanimadas.

Este conjunto de emoções e pensamentos é conhecido como “síndrome do ninho vazio”, período em que temos que reavaliar as nossas prioridades, redefinir os nossos papéis e a nós mesmas em função de outros aspetos.

Chaves para enfrentar o ninho vazio

Claro que estes sintomas são normais e não ocorrem em todos os casos, mas se se identifica com o que acabámos de descrever, tome nota:

  1. Mude a sua forma de pensar: quando se redescobrir pensando em si própria e no que faz mais falta da sua vida em casa com os seus filhos, centre o seu pensamento neles. Pense na sorte que têm por poderem ser independentes, e em como o seu papel foi importante nesse facto. Se pensar bem, qual é a função dos pais? Fazer com que os filhos sejam independentes e que possam construir a sua própria vida, tomar as suas próprias decisões. E isso já conseguiram.
  2. Faça uma lista de tudo o que há muito queria fazer e andava a adiar porque “tinha que estar em casa”, “o seu filho/filha comia a tal hora”… Talvez num primeiro momento não tenha que dedicar-se efetivamente a essas atividades, mas assim poderá começar a pensar em projetos que a estimulem para depois atrever-se a dar um passo em frente e iniciá-los.
  3. Fale com o seu companheiro: ainda que seja mais comum entre as mulheres, os homens também podem também vivê-lo e alguns casos podem não saber como expressá-lo. Falem sobre o que cada um sente e sobre os planos de ambos que ficaram por cumprir. Se não os cumpriram até agora, este é o melhor momento para se reencontrarem como casal e não estarem apenas centrados no vosso papel de pais.
  4. Reserve tempo para pensar em si: quem é realmente, quais são as suas funções além de mãe, e quais delas deixou de lado e gostaria de recuperar.
  5. Não fique à espera que sejam sempre os seus filhos a ligar-lhe para irem a casa. Programe reuniões familiares, deixe de ter um papel passivo para assumir um papel ativo. Fale com eles. Estabeleçam acordos, decidam que não podem passar mais de um mês sem se verem e almoçar ou jantar juntos.

Lembre-se: o seu papel de mãe não acabou. Só mudou, tal como foi acontecendo ao longo do tempo, desde que os seus filhos eram pequenos até agora. Potencie as suas outras facetas. Continua a ser mãe mas também é mulher.

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