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Um desafio pessoal: a menopausa

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Enfrentar esta etapa da vida com uma atitude negativa provoca um aumento dos sintomas relacionados com a menopausa e implicações nas suas relações afetivas. Qual é a melhor arma para combatê-los? Cultivar a criatividade.




A chegada da menopausa é vista por muitas mulheres como o ‘fim’, e não só porque termina a sua capacidade reprodutora. Esta nova etapa oferece a muitas mulheres estímulos negativos: envelhecimento, imagem menos atraente, diminuição das capacidades cognitivas (como perda de memória) ou mudanças anímicas que é necessário combater com uma mentalidade aberta e sem preconceitos.

Se, ainda, a mulher trabalha fora e tem de conciliar o trabalho com as tarefas domésticas, a incidência de sintomas menopáusicos multiplicam-se, sobretudo os associados ao seu estado emocional: depressão, ansiedade e irritabilidade; ou com a diminuição da libido (que algumas populações chega a mais de 50% das mulheres maiores de 50 anos).

Estes sintomas menopáusicos ocorrem com maior frequência quando surgem problemas na dinâmica da família e do casal (por exemplo uma separação ou divórcio, viuvez…). Segundo diversas sondagens sociológicas sobre relacionamentos, mais de 70% das pessoas que procuram parceiro têm mais de 50 anos, e essa percentagem é composta na maioria por mulheres.

Questão de criatividade

Todavia, assistimos também a uma ‘capacitação’ social e laboral da mulher. Muitas das que hoje assumem papéis onde são valorizados o intelecto ou a criatividade costumam vivenciar o contrario: um ‘florescimento’ nesta etapa em que aumenta a sua autoestima, e na qual apenas sente uma alteração na sua vida sexual.

Assim, ainda que o déficit hormonal esteja diretamente relacionado com maior risco de depressão e alteração na resposta sexual, e a sobrecarga laboral e familiar tenham também grande influência, a verdade é que uma mulher que cultiva a sua criatividade e está a progredir profissionalmente, continua a enfrentar a vida como a soma de experiências que as podem enriquecer. Esta atitude ativa e consciente fará com que encare a menopausa como um novo ‘desafio pessoal’ a enfrentar com intensidade e plenitude.

Hierarquia de necessidades

Uma teoria do domínio da psicologia, chamada pirâmide de Maslow, estabelece uma hierarquia das necessidades e desejos que todos temos. No topo da pirâmide está a necessidade de ‘autorrealização’, que queremos alcançar para nos sentirmos felizes.

A esta espécie de meta final só chegamos se satisfizermos as necessidades que estão mais abaixo. Entre elas, encontramos a necessidade de ter uma experiência sexual satisfatória e manter relações de intimidade com o nosso parceiro, bem como segurança económica, que costuma provir do trabalho. Se uma pessoa vai resolvendo forma satisfatória estas necessidades da mais inferior à mais superior, podemos falar de ‘autorrealização’: sentimo-nos plenas, valorizadas, com uma autoestima alta e com segurança suficiente nas nossas qualidades.

O que acontece é que se durante a menopausa o nosso desejo sexual diminui, a nossa relação com o nosso parceiro é afectada porque não nos sentimos suficientemente apoiadas e não temos um posto de trabalho que nos desafia em termos criativos, o nosso valor como mulher pode ser afetado.

A chave para alcançar o topo da pirâmide é reavaliar a nossa vida, entender quais são as nossas metas finais e quais são as necessidades que temos que reforçar. Este trabalho será muito enriquecedor e irá ajudar-nos a viver a menopausa como uma nova experiência.

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Foto: iStock.com / kupicoo

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