Conheça-se a si mesmo: explore e cuide da sua intimidade

O psicoerotismo é uma arte que ajuda a fomentar o nosso prazer e a melhorar a nossa vida íntima. Não é o mesmo sair para dar um passeio no qual usufruiremos das diferentes sensações que nos pode proporcionar, como cheiros, imagens, sons… do que sair numa corrida para chegar o mais rapidamente possível. Com a intimidade acontece o mesmo.

A psicossexualidade feminina tem muitas características próprias:

• Grande sensibilidade corporal: as carícias corporais em qualquer parte do corpo provocam na mulher sensações muito satisfatórias que se estendem ao resto do corpo.
• Certa anestesia genital, especialmente vaginal: ocorre em mulheres que não tiveram experiência com os seus genitais. Não ter brincado com eles dificulta o conhecimento de sensações ou pode ter conotações negativas que provoquem vaginismo.
• Emocionalidade: a mulher interioriza as sensações e associa-as a uma emoção. De facto, a intimidade e o sentimento amoroso costumam estar unidos.
• Perceção sexual total do outro: percebe um conjunto mais do que as partes.
• Os sentidos não se circunscrevem apenas ao âmbito sexual: desenvolvem-se em qualquer faceta da vida quotidiana da mulher.
• As fantasias sexuais estão relacionadas muitas vezes com o romântico e sentimental, enquanto as genitais podem ser reprimidas.
• Cultivo do espaço erótico interior: a mulher tende a que a sua experiência sexual seja mantida na intimidade, clandestina, sem a exibição que dela pode fazer o homem.

Uma das características mais importantes do erotismo feminino, como vimos, é a corporalidade ou globalidade.

A nossa perceção das sensações corporais não se limita exclusivamente ao sexual. Por isso propomos-lhe um exercício simples para trabalhar o seu psicoerotismo feminino. Desta forma, poderá desenvolver a sua sensibilidade corporal e vai permitir, através do corpo, reconhecer sensações, emoções, pensamentos ou fantasias.

• Procure um lugar tranquilo, com uma temperatura agradável em que possa estar nua e cómoda.
• Percorra o seu corpo de cima para baixo, da cabeça aos pés. Faça-o de forma suave, o tato das suas mãos tem de lhe transmitir a sensações de uma pena, com uma pressão muito suave.
• Depois percorra o corpo das partes menos sexuais para aquelas que considera terem uma carga mais sexual.
• Depois da periferia do corpo, das extremidades, para o centro do corpo.

Deste modo, estamos a trabalhar da globalidade para os genitais femininos. A ideia é que se deixe abandonar mentalmente, não pense em nada e foque-se unicamente em sentir o seu corpo para distinguir cada uma das sensações, pensamentos ou imagens evocadas pelo tato. Este exercício de autossensibilização corporal pode ser feito sozinha ou acompanhada pelo seu parceiro e vai aumentar o autoconhecimento do seu corpo. Atreve-se?