O que significa ácido hialurónico?
Um dos procedimentos de medicina estética mais procurados consiste na infiltração de ácido hialurónico no rosto. Estas infiltrações podem ter diferentes composições para atender a distintos objetivos.
O ácido hialurónico utilizado em consultórios de medicina estética – que pode aumentar o volume dos lábios, preencher rugas, alinhar o nariz ou definir a mandíbula e o queixo – é um gel sintético, fabricado e modificado em laboratório, com características semelhantes ao produzido pelo organismo humano. A sua principal função é a captação de água intercelular. Dependendo do tipo, do tamanho da molécula e do grau de reticulação, pode ser utilizado como revitalizador da pele ou como preenchimento.
Para que serve a aplicação de ácido hialurónico?
Com o ácido hialurónico reticulado, que possui uma elevada consistência e capacidade dar volume, é possível modificar o tamanho ou a forma dos lábios, preencher o sulco das olheiras e recuperar áreas do rosto onde a gordura tenha diminuído devido à idade ou a uma perda abrupta de peso. O seu objetivo é proporcionar volume ou sustentação, sendo, por isso, desejável que tenha uma longa duração. Consoante o efeito pretendido, pode ser utilizado um ácido hialurónico mais ou menos denso.
Por outro lado, o ácido hialurónico não reticulado é mais leve e visa promover uma hidratação profunda da pele. Além de proporcionar mais luminosidade e frescura, ajuda a disfarçar linhas finas e rugas.
Cada um destes tipos de ácido hialurónico é injetado a diferentes profundidades, consoante o objetivo a atingir. E é precisamente aqui que reside a questão central quando se fala nos efeitos secundários a longo prazo do ácido hialurónico.
Possíveis efeitos secundários
O ácido hialurónico reticulado não pode ser degradado por uma enzima presente no nosso organismo (hialuronidase), sendo, portanto, considerado um preenchimento de longa duração. Já o ácido hialurónico não reticulado é reabsorvido em cerca de doze horas e, frequentemente, transporta outros agentes como vitaminas ou aminoácidos.
A reticulação, que garante a durabilidade do preenchimento, é também a razão pela qual ecografias podem detetar infiltrações realizadas há vários anos. Se for aplicada uma quantidade excessiva de ácido hialurónico, demasiado rapidamente, sem a devida massagem pós-aplicação ou numa camada errada da pele, os efeitos podem ser desastrosos. A marca estética deixada por estes erros é um dos piores efeitos secundários a longo prazo deste tipo de intervenção.
Além disso, dado que alguns ácidos hialurónicos não são completamente reabsorvíveis pelo organismo, é essencial que o médico saiba escolher corretamente o tipo de produto, a quantidade e o local de aplicação para evitar resultados indesejados.
O ácido hialurónico é seguro
Dito isto, é fundamental compreender que nem todos os ácidos hialurónicos podem ser injetados em qualquer zona. As partículas pequenas são aplicadas superficialmente, enquanto as maiores são introduzidas em profundidade. O mesmo princípio se aplica ao grau de reticulação: os menos reticulados são usados à superfície, enquanto os altamente reticulados são injetados em camadas mais profundas.
Além disso, para evitar efeitos secundários, para além da qualidade do ácido hialurónico e da competência do médico, é crucial que o paciente cumpra rigorosamente as normas básicas do pós-tratamento.
Este procedimento estético, tão popular, é seguro, desde que realizado por um profissional qualificado e após uma correta seleção do paciente. Quando aplicado de forma adequada e com o grau de reticulação correto para o objetivo pretendido, não deixa resíduos na pele. No entanto, a má prática do profissional que o administra pode comprometer os resultados. Para evitar efeitos secundários a longo prazo, a infiltração de ácido hialurónico deve ser feita sem pressa, com uma massagem adequada posteriormente.
De um modo geral, complicações como a migração do produto, a formação de micro nódulos ou a inflamação são minimizadas quando o médico realiza o procedimento gradualmente, aumentando as quantidades de forma progressiva e utilizando a substância adequada no local correto. Esta precisão garante que o tratamento seja eficaz e duradouro, sem deixar marcas indesejadas da chamada “pegada estética”.